SONETO DUM AMOR
Aos olhos surdos, estás ainda, presente No silêncio do cochicho, tua voz é canção Meus versos mudos, ainda assim, emoção E aos ouvidos, o teu vulto nunca ausente
Arrastar-me-ia, se coxo, até a exaustão Pra ter-te em minhas palavras vorazmente Qual tal aragem arrefecendo inteiramente A afeição, a inspiração e o meu coração
Sem sentidos, eu te sentiria novamente Circulando loucamente na recordação Qual miragem num perfume languente
E sucumbido, ainda assim, em devoção Ao teu nome, na alma eu bem contente Versejaria e te poliria com doce exatidão
Luciano Spagnol Outubro, 2016 Cerrado goiano