SONETO SILENTE
Dia nublado no cerrado com ventania Nostalgia nos olhos alumia o nebuloso Tal como folha seca me sinto fragoso Na brisa árida dum céu de monotonia
Range o peito num cântico escabroso Apofântico, sem firmamento na poesia Num par romântico de solidão e euforia Tal chuva escassa no sertão sequioso
Alvorecer sem brilho e luz com alegria Trazendo imenso sentimento saudoso E na disposição uma tão nada ousadia
Caminho soturno neste vazio rigoroso De chão cascalhado e de desarmonia Que o silêncio comutou, vinho precioso
Luciano Spagnol Agosto de 2016 Cerrado goiano