UM AMOR (soneto)
Foste o amor maior de minha existência, ou talvez o danado… o pior ou o gentio, glória e tormento, a escuridão e luzidio, contigo fui poesia sem uma reverência!
Morreste, e a minha solidão é residência : ardes-me o suspiro, enches-me de vazio, e o meu anseio tem gosto de doce arrepio, e rolo-te no pensamento com insistência.
Amor extremo, árvore de insano fruto, foi o tempo, muito mais que só instante por que, feito, eu não vesti o teu luto.
Sinto-me o beijo, e no abraço te escuto, triste olhar rútilo! e desejo tão delirante, na ferida saudade deste amor irresoluto.
© Luciano Spagnol poeta do cerrado
Cerrado goiano Olavobilaquiando