DEVANEIOS
As vezes me sinto qual caixa preta a cirandar Boiando sobre as águas do mar num vai e vem. As ondas e os ventos dão o tom do seu bailar; Espumas brancas misturam-se no azul do além.
Na vastidão dos oceanos, espalham-se um olhar, Nele contido, estão meus projetos dourados Acalantados pelo fresco da brisa a me soprar, Mesmo que sejam projetos ainda não realizados.
Neste cofre hermeticamente fechado, estou eu Que no vôo dos devaneios também sou um viajor, Sou um cúmplice da informação que o tempo deu, Há mistérios nela contidos; não há decifrador.
Ali esta minha história, muito pouco revelada; Falo da vida, do gosto, das preferências aqui, Mas ela não diz tudo, passamos nesta caminhada Levando frases guardadas, que mesmo eu não li.
Minha estória é semelhante a muitas, nunca igual a alguma.