Sou peregrino, sou cigano neste chão chamado Terra, Percorro as alamedas sobre a linha dos meus pensamentos Qual trem que parte de um ponto certo em busca da estação; Que sempre chega; mas sobre aquela reta curva em momentos, Desponta a vasta planície criada no imaginário do coração.
A vida é pedaço de cada coisa, é o todo que não se domina, Mesmo querendo, não se transforma o que tem que acontecer. É destino, não sei, só sei que cantamos a canção que anima Nos levando em frente, qual vento que sopra ao amanhecer, Rodopiando folhas secas, bailando os galhos verdes acima.
Sou passageiro da matéria, vivência que o tempo carrega Na carruagem invisível que nos transporta num vai e vem, Porque nada se cria, faz-se uma metamorfose por entrega, Como filete prateado; liga-nos um plano a outro no além; Sou corpo, sou alma, a vida e uma nau que o ego navega