PR JARDEL CAVALCANTE: Plantei um sítio No sertão de Catolé…

Plantei um sítio No sertão de Catolé Acredite se quiser Mas eu posso inté jurar No meu roçado não tem cova de semente Vou contar daqui pra frente O que plantei no lugar

Plantei as pernas de uma cobra corredeira Um 30 de fevereiro Os ossos de um aruá Penugem nova da orelha de uma freira A buchada de um siri E o coice de um preá

Plantei tutano do mocotó da traíra Metade de uma mentira O cheiro bom de um gambá Honestidade de um político das antigas O não de uma lagartixa E neve do Ceará

Plantei esmalte dos dentes de um banguela Duas pilhas de uma vela E a dobra de uma esquina Plantei os lábios da boquinha de uma noite 230 volts da luz de uma lamparina

Plantei chulé vindo do pé da barriga Os motivos de uma briga De Tamy Gretchen a fimose Plantei o fêmur tirado da borboleta Marcha ré de uma lambreta E motor bom de um scort

Jardel Cavalcante

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