REDE NOTURNA
Chove.
Viro a taça degustando uma saudade.
Não pergunte que eu lhe conto até os silêncios que enterrei na infância.
Deito na interrogação, devaneio, divãneio e só calo reticente pra você subentender.
Teço colcha em seu ouvido ausente com a linha que puxei do carretel de meu desejo.
Falarei de aprendizado, de sorriso, de esperança… Não interessa.
Chove e é madrugada.
As palavras são somente porque não há beijos.