Desdéns
Realçam no marfim da ventarola As tuas unhas de coral felinas Garras com que, a sorrir, tu me assassinas, Bela e feroz… O sândalo se evola;
O ar cheiroso em redor se desenrola; Pulsam os seios, arfam as narinas… Sobre o espaldar de seda o torso inclinas Numa indolência mórbida, espanhola…
Como eu sou infeliz! Como é sangrenta Essa mão impiedosa que me arranca A vida aos poucos, nesta morte lenta!
Essa mão de fidalga, fina e branca; Essa mão, que me atrai e me afugenta, Que eu afago, que eu beijo, e que me espanca!
Adicionar pensamento