O brilho dos olhos ficando opaco a chama que ardia em fogueira virando cinza por debaixo do céu que costumava ser estrelado, as noites em claro, conversas a fio, risadas, momentos, declarações de amor amor juvenil que dava sentido as coisas amor que fazia sentir primeiro amor escorrendo como água no ralo do banheiro como as lágrimas partindo como o vento forte que leva pra longe a poeira ruim me deixa sem chão, sem teto, sem afeto e o suspiro que um dia me fez ver o belo sufoca agora, nesse soluço de dor
rosto virado, corro ao papel, lapiseira, borracha (não vou te apagar) corro ao retiro, ao canto morto e mudo que não revida que me mostra em linhas simples e retas como o mundo é de concreto parede fria na qual encosto meu caderno e te escrevo essas últimas palavras
Desabafo de que necessito pra te tirar de vez de mim papel, eterno ouvinte grafite, eterna ponte
Nunca esquecerei o brilho do dia em que você me disse: – Oi
tchau.