O ESTRANHO INVERNO DE CLOTILDE
Desde menina, Clotilde temia temperaturas baixas.
Ao pisar no chão gelado, Sua boca estranhamente Era tomada por um gosto de limão.
Anos e anos Clotilde guardava esse segredo, Entrava primavera e saía primavera Sem sentir a delicadeza do chão.
Dia desses fiquei sabendo Que diante de um frio 4° graus, Clotilde tirou os sapatos, as meias Desafiou a temperatura do solo, Esquentou o coração.
– sentiu um leve gosto de limonada nos lábios –
Com um largo sorriso nos pés, saiu descalça Passeando pela cidade, Irradiando euforia e paixão.