COMPANHIA IDÔNEA
Procuro em ti, mesmo não sendo o óbvio, o sentido para a minha vida; Recorro as tuas virtudes, e me nego enxergar os teus defeitos evidentes; Quando encontro – os finjo não vê-los, os justifico; Pois, entreto-me em ver a tua beleza em que me encanto.
Nas noites que a tenho ao lado no leito, recuso-me adormecer e optante nem dormito; No travesseiro silencioso, na visão do teu corpo inerte sob os lençóis, nos teus devaneios dos sonhos, teu mundo decifrar, busco.
Quando falas, perco-me no mover dos teus lábios e mergulho no mar de tuas palavras; Vivo dos relatos de tuas histórias; Das tuas experiências amargas vividas, sinto as dores, E as trago em mim como cicatrizes na alma, por querer entender teu modo de vida.
No teu olhar distante, distraído, exponho – me no raio de tua visão: Pois quero capitar teus sonhos e desvendar teus anseios, a fim, de surpreende-te nos desejos do teu coração.
O que busco em troca? O que barganho? Confesso não saber dizer… O que certamente sei, é onde encontro o meu contentamento: Que é no teu sorriso, na tua alegria; Na tua espontaneidade no jeito que me quer por perto e na tua prazerosa companhia.