O EXERCÍCIO DO AMOR
Só no exercício do amor Conseguirei humanizar-me; Racionalizo sem frescura que tenho a dor; Que tenho o sangue da mesma cor.
O amor traz discernimento do óbvio: Que não importa quem sou; É certo que sofro as perdas, e que vivo os prêmios. Se tenho mais, se tenho o menos… Que diferença faz? O fim é o mesmo!
Que no meu esforço de ser mais, o meu esforço de ser melhor: É irracionalidade julgar-me superior… E igualar-me a um deus, ainda que nos pormenores.
Descubro ser insana essa busca: Tornar-me melhor? Pois, somente amando… tornar- me- ei no maior humano. Pois, humano é o que sou;
No amor sofro e suporto; Perdoou e espero… No amor me porto bem, estou sempre aquém; Não se vale o que vem, mas o que se é; Viro-me do que tenho, que seja pouco, muito… E do que me é conveniente; Pois, a validade de tudo não está nas coisas; e sim, está na gente; Ainda que insanamente se ache superior, Apenas se é diferente…