SONETO AO POETA
Escrever?!… É ainda uma aventura desnecessária que eu poderia substituir por qualquer outra mortalha. Rabiscar palavras fingidas, que nada significam em sua abrangência interpretada ao entendimento de ninguém.
Qual a razão deste culto clichê? O porquê da adorável função dos sentidos impostos em entrelinhas que palpitam no coração?… E quanto à transmissão da mensagem duramente planejada e a necessidade de versificar estas palavras calejadas?…
Mas que é do suor escorrido que se desenham as belas letras, as palavras ? incógnitas desvendáveis ?, e o sabor é diário; o cotidiano que é indispensável ao bom gosto dos literários.
Pois as palavras não morrem, nem viram veredas. Revivem-se a cada página virada, a cada minuto perdido; escrever é dom da alma ? que faz sorrir ao aflito.