– SAUDADE DO CHIADO –
Que saudade do chiado Dos seus dias solarengos Da alegria d’um passado Que dentro de mim tenho.
Das esplanadas ao vento E Da beleza dessas ruas Que saudade desse tempo Dos poetas, das estatuas.
Da calçada portuguesa Das igrejas em solidao Trago a grande singeleza Do bairro alto no coraÇao.
Trago os dias bem passados Tantas horas de poesia Tantos gritos arrancados À ganância dos meus dias.
Da loucura dos meus sonhos Tanta coisa foi perdida Houve dias tão risonhos Tanta mágoa apetecida.
E Tanta gente que passou Pela sombra do meu fado Foi-se embora e não levou Esta saudade do chiado.
Ricardo Maria Louro No Chiado em Lisboa