TENHO UM VAZIO
Tenho um vazio dentro de mim que se enleia ao meu sangue! É tão meu, tão ao meu jeito, que comigo dorme no meu leito … Que ninguém fale … ninguém se espante.
Trago-o desde o dia em que nasci! Foi no ventre de minha mãe que cedo, nas águas, o senti. Imerso em silêncio logo vi, a solidão vivia em mim também …
E dei um grito de carmesim porque o vazio é um abismo para o qual nunca se vê fim. E a dor faz nascer o egoismo como flores secas num jardim!
Contudo, a vida vai passando, e mesmo assim, nada é diferente, os meus olhos vão chorando o vazio vai-se aninhando, e eu, morrendo lentamente!