‘POETA […]’
Palavras e versos manufaturados. Sou tinta escalada nos quadros amoldurados, sem finalidades para os milhares de olhares. Obra de arte não apalpável. Essência de perguntas e proposições sem respostas. Procuro sentido no mundo obsceno e não passo de ponto na escuridão. Alguém a morrer e viver desesperadamente. Tentando definir os romances da vida como se desejaria…
Rasgo paraísos/infernos sem molares. Desço nos mais profundos mundos obscuros e indefinidos. E escrevo histórias quotidianas e ilusórias, sem início, meio e fim. Algo nada particular para quem diz amar os lagos, mares. Idílio nos sentidos e pasmo nos sentimentos. Nostálgico ao extremo, reinventando amanheceres infames…
Sou poeta! É o que me resta de melhor! Calo os que de mim fazem pensamentos. E a cada extravio na procura, encontro beleza. E faço do mundo de insanos, o mundo que desejamos! Menos patético, metropolitano. Transfuso sopa de palavras e morfinas pela manhã, e vomito o que penso aos quatros cantos, sem canto para vislumbrar os absurdos, que faz do homem: pontiagudo, unidade, fragmentação, poeta…