Rodolfo Boechat “Shinoda”: Fruto Doce Jamais vi coração tão doce…

Fruto Doce

Jamais vi coração tão doce e pueril. Nele, não há vagas para a cólera. Menos ainda para uma mentira sincera… Diante dele, minha vergonha se despiu.

Seus olhos são profundos como sua alma. Só mergulha e desbrava quem tem coragem. Inunda de calor aqueles que se atrevem. Seu aroma me abraça sem nenhuma calma.

Teu ser, cheio de vícios e desarranjos, conquistou desde biscates a marmanjos. Teu jeito, desmedido e cheio de encanto, Fez de teu seio, o meu prazeroso recanto…

Existe algo que transcende a tua essência e se alastra serenamente ao seu redor. Parece uma eternidade cada ausência… E essa tua ausência me fez compositor.

Houve um tempo em que quis lhe entender, compreender o que se passa com teu ser. Tão logo desisti, me ocupei em lhe assistir cantar, dançar, recitar e finalmente a sorrir.

Amável, terno e caloroso sorriso… Jamais fora informado de tal aviso. Que de tanto lhe provocar o riso, me sentiria a caminhar no paraíso.

Por que sua chama é tão bela, alta e plena? Por que o som do teu riso me entorpece? Por que com teu toque, meu corpo aquece? Talvez seja a sorte que não nos condena.

Uma Aquariana que me dispus a amar, logo eu, um Canceriano sem lar Minha Lua alinhou-se com seu Urano, E meu rio, no teu mar, se fez oceano…

E quando teus olhos pairam nos meus, meu acanhado coração balança devagar… Sem medo ele palpita, de cá para lá a procurar refúgio nos braços teus.

Uma história complicada e imperfeita a gente ajeita e coloca numa canção. Você não sabe, nem ao menos suspeita, me instalei feito posseiro em seu coração.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *