A musica e eu – 2008
Você que ama música, compreende Todas as pompas e triunfos deste som.
Você que ora segue, por amizade ou por paixão, Por toda esta extensão deste terreno inexplorado, Que navega em uma rocha, por um céu tão infinito Onde o sol se põe em rito numa câmara de sombra, Contra esta silhueta de janela espacial,
Você que, por vezes, acompanha a aventura, Inconformado com a falta de um roteiro prévio, Muitas vezes não se atreve a pensar Que tudo pode não ser real, que se parece com um sonho, E que precisamos acordar se quisermos entender, o porquê De tudo, afinal…
Mas, antes, que é preciso saber que a vida é melhor sorvida, Quando há uma atenção especial na musica, Na alma que é, e que ama a musica, E que chora com o soar das cordas de um violoncelo, Riscadas pelo arco impune…
É um paradoxo que nos faz ficar focados e ao mesmo tempo dispersos, Criteriosos e indiferentes, frios e emotivos… Ela nos faz assim, a musica… Lendo ou intimamente sofrendo as notas que emanam Da varredura do braço do instrumento, Sigo em minha jornada existencial, Por mais que o arco sangre, lacrimeje…ou sorria…
Assim penso eu, este é o ar que me mantém vivo !
Sou a criança e sua melodia pura, Sou a fome de amor de um coração carente, Sou o meio, entre a doce e vaga tristeza de um desamor Sou o mistério de um fim anunciado que nos espera… Sou a musica, sou poesia… sou imortal !