CADÊNCIA DE UMA SAUDADE
Na cadência do bem querer, a saudade marca passos, delimita espaços, do meu eu sem você. O silêncio faz, num corte, sangrar a ausência até a morte. Mas meus Deuses caminham comigo, carregando nas mãos meu coração mendigo fazendo-me companhia num caminho sem sentido.
Na cadência do bem querer, a distância é uma harpa ao som do vento, perdida no vazio das palavras ante ao sentimento, quando emudeceram todos os pensamentos. A loucura profana ofega no horizonte uma pesada solidão, que simbilante engole a lua como um acalento estonteante para afastar os lampejos de medo da alma profana, retorcida de uma saudade pungente, diante do momento