Rosemere Melo Sanginetto: Túmulos vocálicos não calam…

Túmulos vocálicos não calam adjetivos! Ó sinuosa escrita! senda oblíqua, de arritmias linguísticas!

Anjo regente, sou cítara em seu opus! sou alaúde em seu odes! sou escrita cuneiforme em seu códice! sou a personificação mais vívida, do que imaginas!

Olhos mádidos, filetes orvalhando o súbito, eis o néctar do impulso:o abrupto!

Não sou asceta,tenho arestas! não sou perfeita,tenho fendas! Não tenho mitra,tenho estigmas, e sou compelida por etimologias! o que para você soa como filosofia, para mim é só fisiologia, não é anomalia, pensar por si mesma! Tenho medo do anatômico! tudo que cabe na palma da mão é ilusório, por isso contorno o imensurável! dedos são cegos, por isso não aponte eles para mim!

Gosto quando subestimam minha percepção, assim posso surpreende-los com a minha sensatez, porque é melhor engolir sapo, que vomitar um boi! guardo no íntimo, uma força invisível, que me liberta dos seus rótulos mesquinhos…

Você não suporta o diferente, porque isso, destaca a sua mesmice, e a sua falta de compreensão! não confunda discordar com discórdia, nem primário com primitivo, tampouco use adjetivos, sem conhecer o substantivo! é melhor ser ingênuo do quê leviano, antes a pequenez da dúvida, que a arrogância maiúscula da presunção!

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