TODA DOR É UM RECOMEÇO
Noite vaga como a lua Confissões sobre a mesa Opressivamente paira o silêncio Deito-me sobre as farpas Pouca comoção contida no olhar Confessou não mais me amar.
A lua refugiou-se de desgosto Deito-me em um quarto escuro Refulgente mente a chorar A dor era minha lei súbita desespero De morrer trucidada por sentimentos
Penso viajar para bem longe A onde a dor e a saudade não me encontre Entro em uma desorganização profunda Ouço sua voz sinto sua respiração Tudo reflexos de lembranças vividas
O tempo passa e já é verão Mais em meu coração é inverno Um inferno infinito aqui dentro Eu quero sair daqui não me deixem Morrer dentro de mim mesma
Um corpo jogado no chão em suspiros Arrastado pela solidão de amar Esperança chega com outono Onde suas folhas caem em plena renovação Emanando uma beleza sem igual Tudo de renova pois toda dor é um recomeço