Rui Pires Cabral: Ao fim da noite, no frio do táxi,…

Ao fim da noite, no frio do táxi, pousas a cabeça no meu ombro ? e assim entramos duma vez e inteiramente na nossa vida. Lá fora, pelo contrário, tudo perde realidade;

há em toda a parte um sossego abstracto, as ruas parecem pintadas ? betão entre as árvores ? numa tela baça. Vamos por lugares que não reconheço, a minha geografia é vaga

e omissa como a dos velhos cartógrafos que desenhavam um mundo cheio de espaços em branco. É onde estamos agora, num intervalo do mapa rente à primeira manhã ?

que será a nossa e também a última.

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