Santiago de Maria: SAUDADES DE MINHA INFÂNCIA Se eu…

SAUDADES DE MINHA INFÂNCIA

Se eu pudesse no meu aniversário Escolher o meu presente Não escolheria roupa, nem celular, Como se fazem normalmente .

Eu escolheria uma viagem Uma viagem diferente Daquelas que se volta no tempo Ainda que fosse por um momento

Não pra fazer tudo diferente Mas pra viver novamente O tempo que eu tenho saudade Veja quanta felicidade Num menino sem preocupação Correndo descendo a ladeira Com caderno e lápis na mão Voltando da escola, depois de ter jogado bola. E fugido de alguma confusão Com o joelho todo ralado Nos braços alguns machucados Mas com a pureza no coração.

E quando chegava em casa A comida na mesa estava Mamãe colocava pra gente E nós comia as pressas Só pra brincar novamente. Subia nas árvores, na chuva corria E quando anoitecia Papai da roça chegava Todo cansado ia jantar E eu na rede enrolado Fingindo que tava dormindo Com preguiça de rezar.

Por maior que fosse a dificuldade A tristeza não existia, Se por algum motivo chorasse Logo em seguida sorria De braços abertos corria Fingindo ser avião Com um papel se fazia um barco Que se era o capitão E sem arma eu era o policia Prendendo todo ladrão Se com meu amigo brigava E a gente se ofendia logo a gente esquecia E de novo junto brincava Não se guardava rancor pois só era o amor Que em nosso peito morava.

Hoje o mundo me diz Que pra isso já não tenho idade Mas se por um lado eu tenho saudade Pelo outro só agradeço Pelos amigos que eu tenho que São amizade que eu nem mereço Cada um é como um tesouro De inestimável preço

Desculpa se ainda não demonstrei Esse amor nas coisas que eu faço Perdão se eu decepcionei Ou fiquei devendo um abraço Foi mal se ainda não dei A vocês o real valor Se já magoei pelo que fiz Saiba que eu sou apenas um aprendiz Tentando compreender amor.

E buscando-o a cada dia Pos não importa a crença É o amor que alivia O peso da existência Esse peso insistente Que cobra o melhor da gente Sem misericórdia, sem piedade. Sem aceitar desculpas Sem perdoar as culpas De nossas fragilidades.

Mas cabe a nós entender Que pra ser alguém realizado Não precisamos ter Todas as coisas do mundo E si sentir lá no fundo Que se é alguém amado.

Compreender que o amor Tem suas contradições. Tem o seu real valor Mas não pode ser comprado. Faz a gente rir na dor. Faz o rico mendigar E o pobre ser invejado Faz o orgulhoso cair E o humilde ser levantado. Faz o desencorajado Acreditar e ir além. Você pode ser o que for.. Mas se não tiver o amor. Você não será ninguém

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