PERDESTE A NATUREZA
Perdeste tua natureza O mergulho no asfalto, afastou a beleza Esqueceste o silvestre E sua sutileza Teu mundo é submundo Artificial De homem tornaste pedestre banal
Perdeste o eclipse Obscurecido pela cidade Não viste o meteoro Teus olhos eram vaidade As estrelas tornaram-se lâmpadas Fugazes
Perdeste a primavera Em um jardim de plástico Mataste o beija-flor A chuva virou quimera Consumo tornou-se amor A brisa é condicionada Eletrodoméstico e motor
Perdeste a cor das nuvens Substituídas pela fumaça Não ouviste mais os pássaros Tua floresta é uma praça O dinheiro teu coração Animais são as máquinas Cessaram beleza e paixão
Perdeste os verdadeiros valores Humanos e naturais Rotulaste os sentimentos A flora, a fauna e a água No prazer individual Preso ao teu egoísmo Consideras tudo normal
Perdeste a afetividade Já não enxergas o brilho da lua Insensível ao falso humano À indiferença tua Da amizade trabalho fizeste E do amor, destroços Restrito ao teu ambiente Esqueceste o ser que és De carne, sangue e ossos.