Sidnei Chierentin: A P E L O Pai. Sou muito pequeno ainda E…

A P E L O

Pai. Sou muito pequeno ainda E já estou confuso. Confuso com as tuas atitudes. Você faz cada coisa! Pai. Que nem mesmo criança, que é criança faz. Você atordoa a tua mente com bebidas alcoólicas Para viver na ilusão; Te faz de cego, Quando a transparência é tanta Que até mesmo um cego pode ver, Que a realidade do mundo, não sabe se iludir E está bem aí na nossa frente! Pai. Detesto. As tuas brigas em casa E quando estás embriagado, As palavras não são pensadas Quando saem da tua boca, Mas sim, escapam! Agressivas, revoltosas; E percebo que você não é o mesmo Pai de antes E não o vejo mais como o meu herói, Muito menos quero ouvir ou acreditar nos teus conselhos. Que pena! Pai. O Senhor deixar faltar o nosso leite, o pão nosso de cada dia; Mas não deixar faltar o teu álcool corrosivo e deturpante. E notar que reles criatura és, Quando desce as ladeiras trançando as pernas Até enroscá-las por vez e tombar… Tombar por terra, Na Santa Terra que só um soldado em batalha Tomba junto com o seu Patriotismo. Não Pai. Não és tú um soldado em batalha, Levanta-te daí! Pegue o teu orgulho ferido, Lança esta garrafa e este copo para bem longe… Para bem longe de ti E comece a viver; Por nós e por ti mesmo, meu querido Pai. Pois não te esqueças que sois – HOMEM! – E eu sou ainda muito pequeno.

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