IDILIO
Teu abraço no abraço que aperta e aperta Transportando bruscamente Com teu corpo que se esvai continuamente Elegendo meu corpo como porta aberta.
E abre a boca com a boca que se abre, Com a língua para a língua que se suga E no romper do esplendor e nessa fuga, Os dois corpos no idílio como um sabre.
Embriaga com perfume esse amor E carrega para a dança e se dança, Num frêmito ciciante com imenso ardor, Nessa valsa longa e que nunca cansa.
E o momento de beatitude surge, No ondular tresmalhado Do espasmo manso, Ao florir do sorriso que ressurge E transcende no langor infindo, o remanso.