À LUZ DE LAMPARINA Tem uma mensagem expressa no neon do outdoor, O mundo se acaba na Europa, Horizontes em chamas também na Califórnia, Eu tento, à luz de lamparina uma frase de amor… Eu acho que pirei completo, Não sou poeta muito menos arquiteto, Talvez uma loucura me sustente; Talvez o que sustenta esta loucura O suave perfume das flores, A brisa e acreditar que deus sou eu… Ah, meu amor, os loucos bebem o orvalho da madrugada E a minha sede é de sorrisos estampados, O ódio se alimenta de carnificina E a minha rima nasce santa Porque até as cicatrizes indeléveis trazem ensinamentos. Eu nunca fui sozinho assim, eu sempre fui solitário; Mas meu amor, esta ternura de falar sozinho Talvez seja influencia do meu signo sagitário, Eu olho estrelas… Constelações me deixam consternado; Quantos mundos, quantos Raimundos e Edmundos, tantos otários E a solidão universal dos nossos olhares Dói muito menos que a inanição da África Mas as insignificâncias nada significam, As insignificâncias não significam nada o mundo se acaba e o que teremos sido uns sozinhos, muitos sós e outros solitários…