Thaylla Cavalcante: Controvérsias Te escrevo esta lírica…

Controvérsias

Te escrevo esta lírica crítica poética Como um tolo devaneio desta minha mente Antes tão inerte, agora inquieta Redijo substantivos e vocábulos Tão mornos e oblíquos Afim de encontrar acalento À esta minha vida, morna e incerta.

De amantes a inimigos Malditos escravos De devaneios antigos De estranhas aversões Nossos nocivos estragos

Eu queria a calmaria Do encontro das marés Queria a melodia Orvalhada dos ouropéis Queria não ser tão estático E poder não sentir Essa minha dor Mas não sei se queria O privilégio de chamar-te de amor

No ápice de minha saudade Houve um lapso temporal de desespero Em que sem pudor ou medo, Infligi a mim, uma dor de total desmantelo Queimei-me a pele Por não suportar o queimor que me aquecia por dentro Meus epitélios pareciam desgrudar da derme E seu nome não me saía da cabeça A tu, eu perdi a sanidade.

Nem mesmo todo o tempo que passamos na estrada Bastaria a compensar as horas que perdi delirando por ti Queria não ter essa intensidade exacerbada Mas das rosas que você me deu, Sou a estragada.

Desvencilhei-me das lembranças tuas Mas tua foto ainda está em minha cabeceira Ainda sinto teu cheiro em pessoas alheias Em minhas andadas rotineiras

Queria ter lembranças como as suas Boas e puras Mas nas minhas, Só fomos dois inconsequentes Cambaleando sob a linha tênue à margem da razão e da loucura

Beijei bocas das quais não lembro o gosto Pousei em corpos estranhos, conhecidos e em tantos outros Mas sempre foi você, O fogo que me torna imune aos sopros

Estou numa bolha de inércia prestes a ser estourada Meu mundo rosa tem coloração acinzentada És parte fundamental desse caos instaurado em mim E sem você, eu me resguardado Nada mais vai ser cem por cento Nada tem a beleza extraordinamente quântica Linda, leve Como teu sorriso e teus cabelos ao vento

Minha energia lasciva destruiu teu carro E a minha sanidade, Me trouxe os debates existenciais sobre a beleza da ida Mas se eu não fosse azarada, Não conheceria quem me ensinou a fórmula de resolução Ou da destruição de minha vida

Toda a incompreendida chama que juravas ter Era brasa molhada, fogo de palha E agora, cobrança de saudade Que só sobrou pra mim Junto à esse romantismo ultrapassado À imensidão de lirismo incompreendido Você me trouxe de volta à monótona realidade.

Com a dor de ser o que sou, Acabou.

Acabaram os vocábulos Todos os numerados fósforos foram queimados E apagaram Só restou a fumaça E a dor reconfortante de quem os segurou até o final. Serei sua Enquanto meus versos inconformados e desajustados Insistirem em ser seus.

Thaylla Ferreira Cavalcante

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