Da Vida ;olhos silenos
Olho-te , mas teu propósito irradia Algo mais do visto , um virá que tardia. Olho-te apaixonado, e quem dera da consciência clemência Ao meu estado, que a tal já fardado a displicência.
Olho-te aqui decapitado , ao teu olhar de Judite em tela, A flor sublime, fatale e bela, que me segura sobre mãos, E num absurdo , eu, a caveira lhe questiono a vida,vãos, Sentidos de Hamlet à esfinge pavorosa e singela.
Olho-te sobre o labor de teu seio de mênades loucas, lambamba de ti e suas canções de sereias moucas. pondo meu colo inclinado a tua ninfa forma aguda , E mesmo sem porquê, negá-la , seria coisa absurda.
Olho-te apenas, casmurro, por sentir-te demais o mistério,
Pela heráldica hipérbole emoção à foice, abismo etéreo.