Tiago Daniel S. Santos: Inocência perdida “Na varanda onde…

Inocência perdida

“Na varanda onde me encontro, me vejo enfastiado e risonho Olhando para o chão onde as crianças brincam e se sujam Na ladeira a beira da rua movimentada pelo caos De ladrões, facções, revoltas, lâminas e oitões

Cena nada bonita para uma criança e nem mesmo para um adulto O mais incrível disso tudo é que todas as crianças enxergam as flores As aves e o seu próprio reflexo no esgoto Ou na poça de sangue

Quebram janelas com suas faltas batidas no futebol Perdem-se em meios os becos no esconde-esconde E o sentimento nostálgico faz-me contestar Onde esta toda a minha inocência de antes?

Se foi quando? Quando estava dormindo e tento mais um pesadelo? Quando estava alisando o travesseiro e imaginando seu cabelo? Quando estava mordendo a toalha e imaginando o pescoço de alguém

Quando? Será que se foi quando eu traguei você e a matei dentro de meus pulmões para que eu possa Respirar o seu ar, e inalar o seu doce veneno?

Pode ser que ela tenha saído Na noite em que me disse não e virei um caminhão de uma bebida Inflamável

Bem, não sei quando foi Sei que como você eu a quero de volta De volta Volta?

Volta, porque não aguento mais a desesperança Da dor da lembrança, da inocência e manhas Que tinha quando era criança Quero voltar a ser como antes e ver meu reflexo na poça de sangue! “

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