Uilton Dutra: Uma empresa que começou nos fundos de…

Uma empresa que começou nos fundos de casa faz togas para a academa brasileira de letras. O lucro em cada vestimenta é ótimo, porque não é qualquer roupa. É algo para ocasiões especiais, toda trabalhada com filetes de ouro, sem falar as abotoaduras. O problema é que só tem 40 cadeiras na academia e para entrar alguém novo o predecessor tem que bater as botas. Não fosse a manutenção das togas já vendidas, a pequena empresa passaria por dificuldades. Como estava difícil de aumentar as vendas, um dos sócios teve a ideia de produzir batinas para as paróquias da região. Os outros sócios concordaram pois o material e o corte básico eram os mesmos e a igreja, apesar da verba apertada, comprava em quantidade. Só que já havia dez outras empresas que ofereciam o mesmo produto na paróquia e não estava fácil fechar negócio ainda mais agora que a igreja tem que dividir as ofertas com o R. R. Soares. Contrariado, outro sócio pensou em inovar. Vamos fazer roupas para ginastica! Exclamou. Está na moda cuidar do corpo e a empresa já trabalha com tecido e costura. Os outros sócios sem ideia melhor, toparam. Foi contratado um estilista para desenhar as roupas, conseguiram um empréstimo subsidiado, foram comprados os materiais e começou a produção. Lá pela terceira semana de costura, o vendedor chega esbaforido dizendo que nas lojas está difícil de vender porque o preço está muito alto e direto para os clientes potenciais na academia de ginástica não funciona porque não pagam direito. Foi um balde de água fria. Venderam as peças no atacado pelo preço de custo e voltaram a sentar para discutir os rumos da empresa. Discutiram, deliberaram e voltaram a discutir até chegar a conclusão de que não estavam tão mal, afinal de contas tem dois laureados com o pé na cova e um terceiro, dizem a boca pequena, não passa do próximo inverno.

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