Valdenir De Lima Oliveira: Recôndito Somos feitos de sonhos E de…

Recôndito

Somos feitos de sonhos E de uma certa magia As vezes parecemos bisonho Mas é só por não ter alegria

Somos bicho do mato Metade do mundo acabado Sentindo se abandonado Como se fossem um rato

As vezes me falta alegria Por isso não mostro um sorriso Fugir com você me parece preciso É a liberdade que eu mais gostaria

As vezes eu sinto a loucura Querendo sempre me rondar É como quem roda um peão E sente o mundo apressar Depois me deixa cambalho Caido de cara no chão

Somos o bicho da seda Que tem bico e que tem sede Somos o rio e a rede O frio, o nicho e a parede

Somos a lógica do desprezo E a mágica da tristeza Que invade essa vida Em uma enorme correnteza

Somos o gelo E o elo desse grão Que deixou tão amarelo O meu pobre coração

Você que nem sabe E nem sente o que eu sinto E quando me olha Eu finjo que minto Pra não ter que encarar Essa vontade que tenho De te amarrar pelos cantos E segurar pelos dentes

Somos um beco sem saida E um jornal sem notícias Sem normas e sem malicias Somos um boteco sem bebida

Vivo esperando a coragem De um dia poder te falar O que vive preso em mim Aqui sempre a engasgar E quando eu te falo bobagem Eu sinto as horas passar Mas vem sempre a voragem Em tudo que tenho pra mostrar E me deixa sozinho outra vez Aqui sofrendo calado Com um sentimento guardado E se valendo por dez Mas nunca acaba de vez E por vezes tem me afogado.

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