Sabotagem
Eu aqui Presa dentro de mim Com correntes muito mais fortes que as convencionais Aquelas que atravancam a alma
Eu aqui perdida em algum lugar difícil de encontrar A escuridão e a sombra pairam em meu corpo fugaz
Eu aqui mutilada Sem voz Silenciada em minha arte Em nome de uma suposta possessividade inoperante Ou de uma corrupção ativa em que torna o poder mais valioso que o talento
Não entendo essa mania de sabotagem De passar a perna De tentar possuir o impossível Em tentar roubar o sacrifício alheio Ou quem sabe o brilho
Eu aqui no canto escuro Calada, silenciada De punhos e pernas amarrados Esperando o circo pegar fogo.