Vinte Gotas de Verão
Eu bebi vinte gotas de saudade em tudo que eu bebi, e nos últimos meses esqueci que pra matar algo tem que ser à seco;
Eu chorei vinte gotas de saudade Em tudo que eu chorei nos últimos meses, Mas saudade não é algo que se pode matar afogado;
Nesses meses de verão o sol que torrou lá fora Aqui dentro ainda molha meu rosto já inundado Em chuva afogado mas ainda assim sedento, surdo, mudo em lamento, das coisas que eu nem sei dos beijos que não dei do amor que não recebi, naquele tempo em que lá fora que chovia
e aqui dentro sempre dia
era o sol que se fazia.