William Carlos Williams William Carlos Williams: O mais esplêndido não é a beleza, por…

O mais esplêndido não é a beleza, por profunda que seja, mas a clássica tentativa de beleza, em meio ao charco: a estrada interrompida, abandonada quando a nova ponte finalmente entrou em uso. Ali, de ambos os lados de uma entrada cuja tinta, crestada pelo sol, começa a descascar – dois vasos de gerânios. Pois entre: em uma das paredes, pintadas numa placa ornamental, romãs maduras. – e, ao sair, repare lá embaixo na estrada – numa unha, numa unha de polegar se poderia esboçá-lo – degraus de pedra subindo pela fachada toda até, no primeiro andar, um minúsculo pórtico em bico como o palato de uma criança! Deus nos dê de novo igual intrepidez. Há tufos de roseiras dos dois lados dessa entrada e ameixeiras (uma seca) circundadas na base por carcaças de pneus velhos! sem outro propósito senão a glória da Divindade a qual fez aparecerem ambos os seus ombros, sustentando o enlameado lourejar de suas tranças, acima das ondas pacientes. E nós? o vasto mundo inteiro abandonado sem nenhuma razão, intacto, o mundo perdido da simetria e da graça: sacos de carvão jeitosamente empilhados sob o telheiro dos fundos, o fosso bem atrás um passadiço por entre a lama, triunfante! ao prazer, prazer; prazer de barco, retirada vereda de um domingo até o livre rio.

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