Caatinga espinhenta Que arrebata o obstinado espírito Do vaqueiro empinado de olhar empírito Aboiando triste o magrelo barbatão
Caatinga malvada Que açoita o espinhaço calejado Do caboclo obstinado Em morrer pelo seu mórbido sertão
Caatinga bravia Que o tempo e a vida desafia Impávida de decadente e ousada teimosia Que não morre pela falta d’água fria E nem se entrega ao sol ardente do meio dia
Caatinga sem noção Que fura o olho do desavisado E enlaça o valente de coração apaixonado Com tamanho luar que atenua a valentia sem razão
Caatinga desalmada Que abriga a alma perdida na desolação E oculta o mistério do espectro fujão Extinto da incrédula civilização
Caatinga estranha De morredouro existir Que ora parece deixar de viver E de súbito volta a reluzir